Entrevista ou Primeiro Encontro?

Arvind, Brasília 💋

Ela me diz que está nervosa.  

“Tenho uma entrevista amanhã.”  

Mas no fundo, ela não tem medo da vaga.  

Tem medo de não ser sentida.

“Você não vai convencer ninguém com respostas certas,” eu digo.  

“Você vai encantar com presença.”

Porque entrevista não é teste.  

É química.  

É pele invisível.  

É ritmo de voz, micro pausa, 

E aquele olhar que diz:  Eu sei quem eu sou — e você também vai saber.

Prepará-la para a entrevista não é vesti-la — é despi-la.  É tirar, com dedos delicados, cada camada que não é dela.  A máscara da perfeição.  O casaco da insegurança.  O salto do “tenho que agradar”.

É levá-la de volta à pele.  À voz que vibra quando ela fala do que ama.  Ao olhar que brilha quando se lembra do que a move.  Ao riso que escapa quando se reconecta com prazer.

É ajudá-la a vestir não um blazer — mas o corpo inteiro da sua verdade.  A firmeza no quadril da palavra.  O decote ousado da clareza.  O perfume sutil de quem sabe o que quer.

E quando ela entra na sala virtual, algo acontece.  O entrevistador não sabe o que é.  Mas sente. Ela não veio pedir nada.  Ela veio oferecer uma experiência.

E quando sai — deixa um rastro.  Uma lembrança que não se apaga.O entrevistador não sabe o que é. Mas sente.

Aquela mulher…não veio apenas buscar um cargo.

Ela veio deixar uma marca.

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Arvind, Brasília  

Onde o processo seletivo vira feitiço seletivo. 💋