Como Redigir um Currículo que Faz a Recrutadora Perder o Fôlego
- Arvind Kidambi
- 3 de abr.
- 4 min de leitura
Atualizado: 19 de abr.
Arvind, Brasília 💋
Você, mulher de decisões. Líder de equipe. Olhar clínico.
Tem uma pilha de currículos na mesa e um prazo apertado.
(E um café que já esfriou três vezes.)
Mas quando abre aquele currículo… algo muda.
Não é a fonte, nem o layout.
É o ritmo das palavras.
A forma como cada linha parece ter sido escrita com o corpo inteiro.
Você sente — sem entender por quê — que está sendo tocada.
Não com as mãos, mas com uma história que pulsa.
Ele não está apenas se apresentando.
Está convidando você a imaginar.
(E de repente, o LinkedIn virou prelúdio.)
Cada projeto listado tem a textura de uma pele que viveu sob pressão.
Cada conquista é narrada com a humildade de quem saboreou cada vitória com os lábios fechados.
Você desvia os olhos, mas volta.
Volta porque algo em você se abriu.
(E também porque o próximo da lista escreveu “dinâmico, proativo e bom em Excel”. Deus me livre.)
E de repente, você não está apenas avaliando um candidato.
Está se perguntando...
Como seria tê-lo por perto?
E se essa entrevista for o início de outra coisa?
Sim, é possível escrever um currículo assim.
Eu ensino como.
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1. Os Verbos que Despem
Você percebe que não há palavras vazias.
Os verbos são escolhidos com precisão de amante.
Ele não “ajudou”, ele transformou.
Ele não “participou”, ele guiou com presença discreta.
Não “executou”, ele tocou processos com escuta profunda.
Mas ele não foi direto.
Ele chegou devagar.
Olhou nos olhos do problema.
Escutou. Sentiu. Tocou com cuidado.
Ele não forçou.
Ele aqueceu.
Compreendeu o ritmo do sistema, as resistências, as feridas não ditas.
(O sistema, nesse caso, era um CRM que ninguém ousava mexer desde 2016.)
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2. Experiência Profissional: O Corpo que Se Oferece
Agora ele te conduz para outro quarto.
As luzes estão mais baixas.
A voz dele, mais grave.
E você, embora em posição de análise, começa a perder a postura.
(Sim, até sua postura ergonomicamente correta.)
A seção de experiência não é uma lista.
É uma oferenda.
Um corpo inteiro que se deita diante de você.
E espera. Sem invadir.
(E ainda assim, sabe onde está o funil de vendas e os OKRs escondidos.)
Cada projeto começa com silêncio.
Com escuta.
Com a humildade de quem sabe:
antes de transformar, é preciso entender.
Antes de penetrar um processo, é preciso conversar com ela,
sentir seu cheiro,
entender seus traumas,
descobrir onde dói,
e o que ela deseja — mas nunca teve coragem de pedir.
Ele não chegou mandando.
Ele chegou fazendo chá.
(Camomila, claro. Boldo só se o sistema estiver muito travado.)
Anotando o não-dito.
Criando segurança.
E foi só quando o processo se sentiu visto —
quando relaxou os ombros, abriu os joelhos, entregou a resistência —
que ele, com a mais delicada das intenções,
penetrou aquele sistema com visão fértil.
Mas não foi qualquer penetração.
Foi uma dança.
Dois corpos em comunhão, no tempo certo, no calor exato.
Ela estava pronta.
Feliz.
Segura.
Molhada de desejo e significado.
(E talvez de um pouco de suor — era Q4, afinal.)
Ele não forçou a entrada — ela mesma abriu a porta.
E ali, naquele quarto de dados, planilhas e decisões,
os dois se encontraram no ápice de um projeto que era também ritual.
E então, aconteceu.
A fecundação.
Não como um acidente.
Mas como um clímax.
Como um beijo cósmico entre intenção e entrega.
Ela, o sistema, voou.
Atrás das palavras.
Através das estruturas.
Entre as estrelas que antes pareciam inalcançáveis.
E ali, flutuando na sensação de ter sido tocada com verdade,
nasceu uma nova forma de operar.
Nasceu cultura.
Nasceu resultado com alma.
Você lê isso, e por um instante, esquece o mundo.
Porque esse homem não apenas trabalhou.
Ele fez amor com a complexidade.
E deixou filhos — soluções vivas — que continuam caminhando por aí.
(E até hoje mandam mensagens no Slack.)
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3. Formação: O Homem que Se Fez
A formação acadêmica não é apenas um diploma.
É o rastro de um homem que se fez.
Cursos fora do país.
Pesquisas profundas.
Culturas absorvidas com a pele.
(E talvez uma paquera em Lyon que virou tese de mestrado.)
Você sente o esforço.
Mas sente também o erotismo da disciplina.
De quem acordava às 5h da manhã para estudar…
e à noite ainda fazia amor com os próprios sonhos.
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4. Curiosidades: O Toque Final
Então vem a seção final.
Hobbies. Idiomas. Interesses pessoais.
E você sente como se estivesse acordando depois de uma noite inteira com ele.
Ele lê poesia.
Ele cozinha com as mãos nuas.
Ele toca tanpura ao pôr do sol.
(E, sim, ele sabe fazer risoto sem Googlar “quanto tempo mexe o arroz.”)
Você sorri.
Seu corpo pulsa.
Seu coração diz: Quero mais.
E sem perceber, você já está clicando em “Agendar Entrevista”.
Porque você quer vê-lo.
Você quer ouvi-lo falar com a boca o que ele já disse com os dedos ao escrever esse currículo.
(E porque a reunião das 16h com o RH sobre plano de cargos… pode esperar.)
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É assim, minha querida, que se escreve um currículo que marca.
Que deixa um perfume.
Que te faz desejar conhecer o homem… e não apenas o profissional.
Na próxima parte da série, vamos entrar juntos na sala de entrevista.
Você vai se sentar na cadeira de recrutadora.
Mas algo vai inverter.
Você vai se ouvir confessando…
“Eu vim para te contratar. Mas agora sou eu que quero ser escolhida.”
Com ternura e fogo,
com palavras molhadas e letras acesas,
com o carinho de quem quer deixar você um pouco zonza,
Arvind, Brasília 💋
(Três beijos. Um no lóbulo esquerdo. Outro atrás do joelho. E o último... onde você quiser guardar essa leitura.)
(Só não guarde no Excel, por favor.)
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